
de Manuel Alegre,dedicada ao Manuel Ortigão,aproveito a canção em memória do meu amigo José,que morreu em 22 de Agosto de 1967
Meu amigo morreu.Meu amigo partiu.
Na madrugada fria fria meu amigo(dizem)
agora habita a verde catedral dum bosque.
Meu amigo morreu.Meu amigo não volta.
Meu amigo dizia(estou a ouvi-lo)
vou procurar a minha estrela.Foi
e não voltou.Meu amigo(dizem)
tem agora o tamanho duma estrela.
Meu amigo não volta.Eu estou mais velho é certo.
Amigo é uma palavra com aldeias dentro
com lâmpadas sinais do amigo
para dizer-nos:estou aqui.
Eu estou mais velho é certo.Meu amigo morreu.
Amigo é uma palavra agora com aldeias tristes
estas paragens percorridas pela ausência
sem lâmpadas (com lágrimas com lágrimas).
Meu amigo partiu para o espaço da noite
e há uma viola dentro da tristeza
neste verde lugar onde a noiva anoitece.
Nunca mais voltará.(Por que morreu?).
De Manuel Alegre,in A PRAÇA DA CANÇÃO
2 comentários:
Belo poema.
Que diferença entre a expressão normal, prosada, e a poética!
Gosto da Poesia de Manuel Alegre...
Mas que não se diga que um Poeta pode ser Político... porque este desiludiu-me...
Mas gosto do Poeta e vou continuar a gostar...
Um abraço ;)
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